BIBLIOTECA, UM TERRITÓRIO A DESCOBRIR

06-06-2012 09:51

 

Uma biblioteca escolar é um lugar de oportunidades. De quê? De descobrir e reinventar o mundo. Como? Na verdadeira atividade radical de abrir as páginas de um livro, vendo um filme, para rir ou para pensar, procurando o material pedagógico certo para te acrescentar saber, e, sim, também abrindo as portas mágicas da internet, em possibilidades que se multiplicam por um infinito de informação ou de comunicação partilhada, onde corremos o risco de nos perdermos, mas plena de potencialidades e de futuro.

Uma biblioteca tem, portanto, vários caminhos possíveis para explorar, textos múltiplos e de variáveis especificidades, porque nem tudo é livro mas tudo é texto – livros, filmes, jogos, CDs, CD-Roms didáticos, páginas da internet – que se lê e se escreve. Podemos percorrê-los todos, ganhar com a multiplicidade das experiências, ou seguir apenas um, arriscando limitar a descoberta.

Verdade que o caminho mais trilhado pela população escolar tem sido o que passa pelo ecrã de um computador, verdade que percebemos a inevitabilidade de ser essa a forma natural de uma geração que nasceu digital, verdade que esse será o futuro, verdade que a biblioteca poderá deixar de ter estantes e livros e mudar-se para esse espaço virtual. Porém, e se houver mais mundo para além do Facebook onde todos se encontram (ou desencontram no que tem de floresta de enganos) e dos jogos de todos os encantamentos?

Para nós, os mais velhos, a biblioteca ainda tem a forma de um livro. Por isso estranhamos que ela esteja, para vós, reduzida aos ecrãs dos computadores. Estaremos errados, nós, porque ela será cada vez mais digital e menos espaço habitado por livros em papel. Mas também vocês saem a perder se limitam a biblioteca a esses “passeios” virtuais por espaços confinados em que sobra tanto a trivialidade da conversa com amigos e desconhecidos quanto o divertimento dos videojogos; mas onde falta o saber, a possibilidade de construção do conhecimento, bem primordial de uma biblioteca e património inestimável da humanidade.

Assim, considerando ser incontornável a supremacia da dupla computador/internet enquanto objeto privilegiado do vosso interesse e a termos razão nós, os mais velhos, no receio de que isso constitua uma redução das potencialidades da biblioteca e da vossa aprendizagem cultural, sugerimos que vejam o computador como ferramenta pedagógica essencial para o sucesso do percurso escolar e procurem o melhor do muito que a internet proporciona – que é, sem dúvida, o acesso rápido a uma multiplicidade de informação, numa espetacular abertura de mundos, culturas e saberes – fazendo dela, também, para além qualquer fascinante rede social de comunicação, um poderoso auxiliar das aprendizagens escolares. 

Antes e depois, atrevemo-nos a sugerir, deem uma oportunidade aos nossos amados livros que ainda estão lá nas estantes, esses objetos extraordinários que deram o nome ao espaço chamado biblioteca (de grego bibliothéke, “lugar onde se guardam livros”), que foram/são uma base cultural fundamental no percurso e evolução da cultura humana e que continuam a ter uma outra espécie de magia para descobrir, acrescida da vantagem de não ficarem sem bateria ou sem rede.

E, se o ecrã do computador for dependência a que não resistam, não deixem que isso vos desencontre dos livros, porque eles também lá cabem. Sim, o computador/internet são já biblioteca, com milhares de livros acedíveis em leitura on-line ou para descarregar para qualquer suporte digital. As páginas poderão ter mudado de forma, mas as histórias e o prazer da leitura, tal como o conhecimento e a aprendizagem que viabilizam, permanecem ao nosso dispor, ao alcance de um clique.

Por isso, aproveitem o centro de recursos que a biblioteca escolar também é, mas regressem sempre à BIBLIOTECA dos livros, pois a leitura, em qualquer suporte, foi e será sempre uma competência essencial para entender o mundo e construir o futuro a haver.

 

A equipa da biblioteca